sábado, 29 de abril de 2023

RELATOS DE ANSIEDADE

 

Essa noite não foi fácil. Parece-me haver gatilhos que ativam essas sensações em uma intensidade que não pode ser mensurada.

Confesso que a rapidez com que a intensidade disso vem tomando está me assustando.

Parecia estar dentro de um redemoinho de emoções misturado. Tentava olhar para dentro de mim, encontrar meu eixo central, mas nada vi senão um vazio intenso, escuro e solitário.

Senti-me como um asteroide perdido na vacuidade do espaço, girando e andando sem rumo nem pressa de chegar onde quer que fosse o ponto final.

Dor no peito, respiração forte, uma aflição que parecia tirar o ar de meus pulmões.

Em algum momento sentia real vertigens. Minha mente estava um caos e mesmo tentando resistir, nenhuma ação foi efetiva por muitas horas.

Acordei e não mais pude dormir. Logo, aquilo que já estava sentindo mesmo dormindo voltou tão intenso quanto no inicio da noite passada.

Eu desejei uma presença que não fosse a minha. Alguém lá pra me ajudar a superar, mas não tinha ninguém, e mesmo que chamasse alguém no plano físico, que poderiam fazer se tudo ocorre dentro e não fora de mim?

Nunca a frase “O maior guerreiro é aquele que vence a si mesmo” fez tanto sentido para mim.

É uma batalha interna. Como um quebra-cabeça em que precisamos colocar cada peça em seu devido lugar. No entanto, as peças não são senão nossas próprias emoções.

Não sei se saberia resolver isso sem ajuda. Estamos vivendo dias onde queremos juntar para nós aquilo que está fora de nós, ao preço de espalhar aquilo que está dentro. Se compensa ou não, caberá a cada um de nós decidir.

A mim me resta prosseguir. Agora um pouco melhor, mas cansado, resolvi registrar ainda cedo tudo o que me passou para que não perdesse da memória todos os eventos. No entanto, confesso que não é algo que eu gostaria de compartilhar com orgulho, senão muito pesar.